Quando não se sabe o que de fato acontece, quando o mundo se mostra indefinido e desprovido de referenciais, quando as relações perdem os elos de confiabilidade, quando se perdem as orientações a serem seguidas, quando não há um farol que sinalize se quer uma direção, a angústia se estabelece e com ela as incertezas. Angústia, incerteza, ansiedade, medo, são sentimentos que provocam impotência e ao mesmo tempo, hostilidade em reações onde a tolerância e paciência desaparecem. Não há mais polidez. Neste cenário, busca-se uma “salvação” ou um “salvador” . Se não há um culpado explícito, a “salvação” é buscar os velhos padrões e as velhas narrativas para esconder a insegurança da “alma” e do corpo. Aqui a ilusão aparece. Algo que justifique o que não é possível justificar, pois até a justiça se esconde nas brumas da opacidade, para não se comprometer com as injustiças de um mundo cujos valores foram denegridos pelo egoísmo da materialidade. Então, restam as velhas narrativas dos padrões de condutas que “apelam” para o nome do Amor, da Fé e até de Deus. Quando o Amor é falado e repetido insistentemente, quando a Fé é exigida para justificar o que não é possível justificar, quando até o nome de “Deus” é “usado” como disfarce numa máscara de poder inescrupuloso, o que resta ao humano é uma secreta angústia, um tempo de verdadeira angústia.
Abraços ****
Vivi