Viver a complexidade é também saber receber o novo, a diversidade que enriquece, receber o que emerge nas conexões dos instantes vividos, receber o inacabado com vistas à continuidade do sistema em constante renovação. Viver a dinâmica da complexidade, é saber suportar a instabilidade das incertezas nas suas imprevisibilidades, e ainda, os determinismos inseridos na liberdade. A dinâmica dos sistemas complexos, comportando as flutuações, os possíveis do viver, apresenta uma outra característica, conforme bem salientou Ilya Prigogine (1990): o complexo produz bifurcações! Para além do certo ou do errado, a complexidade apresenta em um dado momento da trajetória dos acontecimentos, momentos onde os fenômenos se encontram num ponto de bifurcação. Assim é o viver nas relações e em relações, é o conviver na jornada humana, onde cada sujeito em um dado momento de sua vida se depara com a necessidade de ter que reconhecer que o caminho se bifurcou. Diante da bifurcação surge a necessidade da escolha, que por sua vez implica em considerações, ponderações e ações fundamentadas em valores. Como toda escolha, comporta a responsabilidade de um sujeito ético. Sob uma ótica ampliada, o humano se encontra diante deste momento, no macro coletivo como no micro individual: estamos todos diante de um grande ponto de bifurcação. Para onde vamos? Vamos todos ou só alguns poucos privilegiados? Quais são as probabilidades? Enquanto humanidade, estamos vivendo a necessidade de fazermos escolhas, portanto, precisamos saber com clareza o que realmente queremos neste presente e o que queremos para o futuro das gerações e da vida neste planeta, que é a nossa casa comum. Precisamos da ética, mas, o que significa a ética e o sujeito ético?
Abraços ****
Vivi