Quando nos pautamos por uma visão de mundo fundamentada no maniqueísmo, no reducionismo, nos regramentos que justificam separações e controle negando a realidade da factualidade, corremos o risco de confundir altruísmo com assistencialismo. A realidade do viver é um constante fluxo, dinâmico e mutável. Não há como separar as coisas nem como entende-las sob uma ótica estática e isolacionista. A complexidade porta a diversidade, a mutação, a transformação, a interdependência e a impermanência. A vida é processo, é fluxo, é trânsito, portanto, está em constante transformação e inter-conexão. Quando julgamos e separamos distorcemos a realidade e a interpretamos de acordo com as nossas construções mentais, não como a realidade se apresenta. Então, a cegueira das toxinas mentais, geradas pelos padrões interpretativos que falseiam a realidade, são causadoras de sofrimento, criando as condições que acabam gerando mais sofrimento a todos os seres. O altruísmo, na sua face cognitiva, permite compreender as causas e condições que geram a infelicidade e portanto, permite agir para impedir que as causas geradoras do sofrimento, possam ser desfeitas, o que é completamente diferente de uma visão simplista do assistencialismo. Uma mente pautada por visões de mundo que distorcem a realidade, é causadora de infelicidades. Querendo a liberdade, somos aprisionados por padrões mentais que cegam o viver humano e impedem que a vida se realize em toda a sua potencialidade, onde o amor compassivo possa se manifestar plenamente. Eu não posso ser feliz e plenamente realizado, se o outro e os outros são infelizes, porque a minha felicidade, depende da felicidade do outro e dos outros, e todos querem ser felizes e realizados.
Abraços ****
Vivi